quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Quando a ficha cai

Despertador tocando. Mais um dia. Mais um longo dia a ser vivido. Às vezes podemos ser até mesmo comparado aos presos. Não vivemos. Contamos os dias. Deixamos de lado tanta coisa. Nos pegamos presos ao tic tac do relógio. Do soar do cuco. Da posição do sol.
Já não olhamos mais pro alto. Não observamos as aves. Não agradecemos por mais um dia maravilhoso que está começando. Pela saúde e a esperança de poder começar, recomeçar tudo de novo.
E vamos indo. Não queremos saber de nada. Muitas vezes só ganhar dinheiro e satisfazer o nosso ego. Às vezes nos tornamos radicais e literalmente nos incorporamos junto ao egoísmo, individualismo, em que o outro passa despercebido. Achamos que as pessoas não têm valor e que todas se tornaram frias.
É o infeliz tempo moderno que nos cega de uma tal forma, que nem mesmo olhar no espelho e perguntar a nós mesmos o que estamos fazendo com a nossa vida, somos capazes.
E então aos poucos vamos nos tornando infelizes, automáticos e frios. Distantes. Individualistas. Sombrios.
Até que um dia a ficha cai.
Foi o que aconteceu comigo. Me peguei num susto. Numa situação que nunca imaginei e que permitiu que eu me olhasse de verdade. Me amasse. E, tivesse um carinho imenso quando me deparei parada e olhando bem no fundo dos meus próprios olhos. Eu estava viva.
Foi essa pausa, esse susto que eu tive, que me pegou de surpresa, esse minuto que passou a vida inteira diante dos meus olhos, foi o suficiente para eu me perguntar: O que estou fazendo da minha vida?
Foi nesse instante que eu descobri que ainda existem pessoas maravilhosas nesse mundo. Que estão prontas pra ajudar. Não estão apenas nos momentos bons. Mas nos ruins também. Foi quando eu agradeci por ter meus pais do meu lado. Meus amigos. Pessoas que me amam... Foi nesse instante que revivi os tempos em que eu sempre parava para poder olhar o céu. A lua, as estrelas. Admirar a chuva e agradecer pela pureza que ela nos traz.
Às vezes precisamos de um “chaqualhão” da vida, pra acordarmos e percebermos que temos um imenso valor e que muitas pessoas também o tem. E tudo o que precisamos é valorizá-los. Olhar bem no fundo dos olhos e amá-los. E que não há dinheiro nesse mundo que pague um momento de carinho, de afeto, de companheirismo.
Hoje tudo o que eu quero é ser feliz. Ser feliz do meu jeito. Na minha simplicidade. Sem me preocupar com as vaidades do tempo. Com as coisas supérfluas desse mundo. Com as futilidades, orgulho.
Hoje quero acordar de manhã e agradecer a Deus por Ele me amar e cuidar de mim. Agradecer por mais um dia de vida. Pelas pessoas que eu amo. Pelos momentos bons e os ruins também.
Hoje eu quero chegar a noite e agradecer ao mesmo Deus pela vida. (Sem Ele eu não seria nada). Por mais um dia que se passou. Pelas conquistas. Pelos sorrisos. Pelas coisas boas que me marcou.
Parece idiota. Parece coisa boba. Mas só quem realmente se pega nesse susto particular é que sabe realmente o que é aprender a viver de uma forma leve, alva, alegre.
Hoje as lágrimas correm pelo meu rosto, mas pela felicidade de eu ter mais uma chance de ser feliz. De lutar. De conquistar tudo o que eu sempre quis. Mas, de uma forma diferente. Voltando ao que eu era bem antes. Olhando Deus primeiramente e dando valor às coisas mais simples.

2 comentários:

Mariana Marques disse...

Bem vinda novamente à vida!! =]
Que após esse estalo vc volte a sorrir como antes, a falar bobagens, a zoar, rir de besteirinhas e ser feliz, muito feliz!!

Parabénspor mais um texto maravilhoso!

Bjuuu tchicaaaa

Léia disse...

Eee lindona viu!
Chega de sustos, não?!
Sem correrias por aí... kkk... O mais importante da vida, são realmente as coisas mais simples, como escreveu no texto!

Se cuida hein!

Beijo, querida.