segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A noite...

Acontece assim... O dia vai passando a escuridão chegando, seu corpo vai cansando e pronto. Depois de uma jornada inacreditavelmente cumprida, você está lá. Enrolada no edredom (caso esteja frio, como agora) abraçada no travesseiro enquanto em sua mente passa como um flash back, os momentos que mais marcaram o seu dia. E vêm as imagens, as palavras, as idéias, as alegrias, as tristezas, preocupações, vontades... Quando você menos espera seus olhos vão ficando pesados, vagarosamente se fechando e a escuridão cerra de vez mais um dia que se passou. E então os momentos relembrados começam a se misturar de uma forma inexplicável com os delírios do sono. E pronto. Você já está dormindo. E aí começa.
O que seriam eles? Como descrevê-los, afinal?
Seriam os sonhos a continuidade da realidade em nossos pensamentos, ou apenas vontades reprimidas em nosso subconsciente?
Sei lá. Não estudei psicologia e, no entanto, não posso responder essas perguntas. O fato é que meus sonhos andam se confundindo com os pensamentos que tenho durante o dia. Como se eu quisesse resgatar aquilo que me aconteceu de mais importante e guardar num lugar secreto só pra mim... Então quando me pego de vez no escuro, no silêncio, no nada, meus olhos buscam lá no fundo tantas coisas... Todas as coisas, que, se tivessem como serem registradas de forma estática, seriam fotografias abstratas emolduradas na parede da minha memória. Todos os sorrisos, todas as lágrimas, todos os suspiros, vontades...
As sensações que senti durante todo o dia se misturam com o intocável, com o esperado, com o sonhado momento, tornando assim, tudo ainda mais colorido, de forma que dormir para mim se torna um delírio. Não que isso seja ruim. Mas são através dos sonhos que tiramos nossos pés do chão e voamos alto. Às vezes curtimos esse vôo e pousamos com total tranqüilidade. Outras vezes, passamos por apuros, frios na barriga, até sermos interrompidos com um susto daqueles.
Durante esse impasse de não saber como, de fato, descrever o que seriam pra mim os sonhos... Apenas gostaria de congelá-los. Isso. Se eu tivesse esse poder, pediria que eles fossem descritos como os anjos. Não sei como eles são. Nunca os vi. Mas sei a forma como são retratados e a representação de paz e tranqüilidade que essa figura nos traz. Seriam meus sonhos então, a minha paz, o meu momento de sossego e calmaria depois de um dia agitado.
As aflições que tenho passado (motivo que não me cabe relatar aqui) são as responsáveis por todos os meus delírios, de forma que aos poucos vêm me inundando e não permitindo que o peso sobre as minhas pálpebras cessem em paz a minha noite.
Talvez seja esse o motivo pelo qual tenho dificuldade em dormir e me entregar aos braços de Morfeu, ao mundo que sonho e não passa de uma simples tela pintada com as cores e formas que escolhi, apenas a ser apreciada pelo suplício de uma noite curta.
Ou talvez, seja uma simples tentativa de encontrar, nos últimos minutos que me restam ainda acordada, um motivo para poder dormir sorrindo.

3 comentários:

Léia disse...

Que lindo, Jú!

Eu poderia perguntar: De onde é que sai tantas palavras doces assim?
Mas só quem te conhece realmente, sabe do coração que você tem. Não preciso nem perguntar.

Parabéns!

Beijo!

Anônimo disse...

Só para deixar registrado...:

- O verbo "trazer", conjugado na 3ª pessoa do singular, é "traz", e não "trás";

- A palavra "empace" não existe no dicionário - pelo menos, não no de português falado no Brasil... Talvez o que se pretendia era a idéia do "impasse"...

Mesmo assim, parabéns!

Juliana Sabbatini disse...

Olá!!!

Nossa! Foi muita desatenção... Muito obrigada por corrigir. Já arrumei. Obrigada! :)

Beijo!