quinta-feira, 3 de junho de 2010

Procura.






Venho de uma luta constante. De um mar revolto que não me dava descanso. Um gosto de água salgada na garganta e sede de paz. Cansada de lutar. Tudo o que eu queria era um abrigo, água e nada mais.
Não vinha a procura de um porto seguro. Eu já tinha o meu. Começado, talhado e decorado com meu eu. Podia não ser o melhor que alguém já viu, mas tinha meu jeito, meu cheiro.
Eu vinha a procura de não sei bem o que. Vinha a procura de não mais procurar. De descansar num julgo suave. Numa paz inconsciente. Que chega, envolve e aquece.
Tudo o que eu queria era a paz. A paz que sorri de um jeito puro. Que abraça de um jeito suave. Que olha e toca sem deixar que escape o coração pulsar mais forte. O sangue correr mais rápido. O brilho nos olhos de estar amparado.
A paz que transparente não se vê, mas se sente. No outro. Num outro que a gente não conhece. Que a gente descobre a cada dia no silêncio das palavras. Nos toques das mãos. Na ausência de um agrado. Na gentileza da emoção.
Paz que é chegar em casa sorrindo. Insônia boa. Saudade que revela. Certeza que não mata. Paz que nos faz encontrar uma semelhança macia. Momento em que encontramos um lugar confortável em nós. Poder então saber um pouco do que vai no outro e sentir que o pouco é que mais nos satisfaz.
Juliana Sabbatini

2 comentários:

Leo Curcino disse...

Oswaldo Montenegro é foda. (:

Juliana Sabbatini disse...

Mas esse texto não é do Oswaldo Montenegro. É meu! rs.

O do Oswaldo é o cima. Só pro pessoal que ler não confundir!

Obrigada pelos comentários! Volte sempre!