Ela estava sozinha. Andava, corria e caminhava sem rumo. No sol, na chuva. Seguia seu percurso viva e impecável por fora. Seu sorriso era como se fosse programado sempre que recebia um elogio, nas horas de cumprir as regras sociais, por educação... Suas palavras eram curtas. O suficiente para comunicar-se e levar assim a vida. A maior parte do seu tempo, o silêncio a cortejava. O silêncio era seu amigo, seu abrigo, à medida que os dias passavam. Seu olhar era aquele ofuscado. Meio parado, como o de alguém que olha ao longe. Alguém que espera por algo. Alguém que espera que algo aconteça. Alguém que a faça acontecer. Seu corpo todo era lindo. Por onde passava era visto. E assim permanecia intacto. Tinha uma coisa. Coisa assim que não se dá nome. Que chamava. Que atraia quem a visse. Um sorriso largo meio misturado, meio disfarçado pelo olhar triste e a sua alma... Doce. Era linda. Era comparável aos sentimentos mais sublimes que uma pessoa pode ter. Fina. Frágil. Transparente. Sincera. Mas agora, é como se ela fosse roubada. Como se fosse arrancada. Tirada e levada pra algum lugar desse mundo. Perdida. Sem rumo. Sozinha. Porque é bem visto que nesse corpo bonito, do sorriso marcante e do olhar triste. Essa alma já não mais reside.
Em algum lugar do mundo com alguém, ela persiste.
Em algum lugar do mundo com alguém, ela persiste.
Juliana Sabbatini
Um comentário:
Lindo texto... apesar de triste ao meu ver rs
Adorei a nova cara do blog!!
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