Se tem uma coisa que eu adoro fazer, é retirar de acontecimentos, conversas, passeios, filmes, viagens, sempre algo bom que eu possa acrescentar em minha vida. Terça-feira, após assistir o filme – Um ato de liberdade, em ótima companhia, diga-se de passagem, fiz isso. Aliás, uma ótima pedida a quem deseja ir ao cinema por esses dias. O filme é fantástico. Além de toda a produção, forma de como é composto, trilhas, ótimos atores, a história é realmente para se refletir.
Não vou contar o filme aqui, claro. Mas a sinopse é interessante para que meu pensamento se direcione de uma forma mais clara.
O filme conta, baseado em uma história real, a época em que os judeus estavam sendo exterminados aos milhares pelos alemães durante a II Guerra Mundial. E por um ato de vingança, honra e salvação, história clássica sobre família, três irmãos se unem e se refugiam em uma floresta conhecida por eles, dando início a uma luta intensa pela sobrevivência contra os nazistas. Entre uns e outros acontecimentos que você poderá acompanhar no filme, “nasce” um líder. Daí, minha reflexão. Sobre como ele enfrentou toda sua trajetória em tempos tão difíceis.
Claro que no filme, o líder é estereotipado como o que comanda uma grande comunidade, que passam a admirá-lo por toda sua força e segurança que lhes é passado e então o seguem. Contudo, nos dias como os de hoje, podemos trazer esse líder para dentro de cada um de nós. E para isso não é necessário que movamos um determinado número de seguidores, que tenhamos um empreendimento, ou que sejamos o posto - mor dentro de uma empresa. Basta nos olharmos diante de um espelho, e está ali.
E aí a pergunta: Você tem sido um bom líder?
Opa! Como assim?
Vivemos em tempos de guerra, como no filme. Mas essa guerra atual tem se manifestado só um pouquinho diferente, ou seja, dentro do campo de trabalho, na faculdade, em relacionamentos, posição social, e entre tantos outros pontos da sociedade, o que é um absurdo. Mas é real. E a cada dia essa guerra que nos consome freneticamente, cresce de uma forma desenfreada. E, se não mexermos nossas armas, se não tivermos objetivos, criarmos metas e estratégias para que estes sejam alcançados, somos completamente engolidos pelos “leões enormes” que rugem atrás de nós. Somos pegos frente a uma extensão gigantesca em que a atualidade deve ser mantida, nossa mente deve ser ágil e nosso psicológico deve ser mecânico. Sentimentos? Não. Isso é deixado em último plano, porque não se torna, na maioria das vezes, o mais importante. Afinal, estamos num campo de batalha. O que é um grande erro.
E o que fazer então? Diante dessa guerra entre o “eu” e o “mundo” que nos cerca e nos encurrala de diversas formas?
Apenas ser um bom líder. Pra si mesmo. Pra sua vida.
Um bom começo é você se reconhecer como tal. Você é o líder da sua vida. E precisa enfrentar algumas batalhas que estão dispostas a você o tempo todo. Problemas que surgem em última hora. Trabalhos a serem entregues. Pessoas que querem nos “puxar o tapete”, querem nos tirar de um cargo, a luta contra alguém que queira tirar um amor da sua vida, problemas financeiros, problemas de saúde, entre tantas outras batalhas que em muitas vezes nos pegam de surpresa e nos deixam cansados, abalados, sem ânimo pra continuar seguindo. É exatamente como num campo de guerra. Você recebe uma bomba e se machuca. Então cai, e até pensa em não se levantar.
Contudo, você como um líder, deve olhar adiante. O líder estereotipado no filme olhava pra toda aquela gente, que tinham seus sonhos e queriam viver, e então ele lutava e assumia com afinco seu cargo confidenciado. Parecia ter fraquejado, mas logo se recompunha e eliminava o que estava errado.
Assim devemos fazer também. No nosso caso, as pessoas, são os nossos sonhos. Quando nos deparamos com “bombas” que querem nos derrubar, seja isso através de um problema sério que surge no dia a dia, seja algo superficial, mas que mesmo assim nos abalam, devemos sempre olhar para os nossos sonhos. Queremos ou não realmente continuar com nossos propósitos? Salvá-los ou não da “morte”?
É daí que surgem as forças. Quantas vezes você já não se pegou chegando em casa bombardeado, triste, descontente, caído, sem ânimo pra seguir adiante, com medo de tudo, desenganado do mundo? Pare, olhe pro espelho e pergunte-se: Tenho sido um bom líder pra mim mesmo?
O líder do filme passou por vários “maus bocados”. Entre a perda de seu auxílio, pessoas o olhando com maus olhos, desenganando-o de seu “cargo”, tiroteios, que, a quem olhasse, não restaria uma alma viva. Até chegar num ponto em que atirar em si mesmo para não ser morto seria a melhor saída. Perda da fé.
E quem disse que agimos diferente? Às vezes nossa situação é tão caótica, é tão bruscamente ameaçadora, estressante, sob uma pressão tão grande, que queremos “explodir”. Falar: Pronto. Chega! Não tem mais jeito. Cheguei no meu limite. Não agüento mais. Não tenho mais perspectiva alguma.
E é aí que nos enganamos. Podemos sim sair de um emaranhado imenso que prende nossas pernas, e voar ainda mais alto. É aí que a vitória é ainda maior. Aliás, sempre costumo dizer. Quanto maior a batalha, mais gratificante é a vitória. Além disso, você pode perceber que dentre toda essa turbulência sempre surge um alguém que lhe estende a mão. Ganha-se nesse momento alguém especial. Um aliado. Um amigo. Um amor. Alguém com quem você pode contar.
É no meio de uma poeira gigante que sempre encontramos o brilho de alguma pedra preciosa que esteve escondida. A pessoa que lhe dá alguma direção. Que resgata toda sua fé. Que ilumina e te ajuda exatamente quando você achava que não tinha mais jeito. São nos momentos de luta que reconhecemos quem realmente vale a pena.
Observando aquele líder no filme, ora sendo imponente, forte. Ora fraquejando, quase desistindo, pude perceber que podemos agir e agimos da mesma forma. Contudo, cabe a cada um saber administrar esse líder que existe dentro de nós mesmos. Saber a hora certa de atacar, de recuar, de reconhecer. Ou seja, o momento certo de saber expor suas idéias. De falar. De ficar calado. De saber quem realmente está do seu lado.
Pedras no caminho? Serão várias.
Obstáculos gigantescos? Inúmeros.
Caminhos tortuosos? Indubitavelmente.
Contudo, você como um bom líder, saberá que dentre tudo isso, coisas melhores estão por vir. Se, manter-se firme ao que realmente almeja, a vitória é certeira. E não há nada mais gratificante do que olhar pra trás e ver que depois de toda aquela loucura, você está ali, firme, de pé e ainda mais forte pra uma próxima batalha.
Seja ela, superando adversidades. Combatendo inimizades. Derrubando máscaras que te afetavam. Pessoas que de forma tão diferente de você pensavam e que por isso, quase te abalaram. O risco da perda de um emprego. A exaustão de um dia a dia lotado. Tudo isso frente a um ótimo líder, será aniquilado.
Os dias estão aí. Os obstáculos não param. Saiba como administrá-los. E uma coisa importante. Não perca seus sonhos e seus maiores sentimentos. Não permita que um campo de batalha te impeça de ser feliz. Afinal, não há regozijo algum em lutar por lutar.
No filme, aquele líder fez a sua parte. Percorreu sua trajetória como pode. Obteve o sucesso que almejava? Não sei. Assista ao filme. Rsrs...
Mas,
E você? Tem sido um bom líder?
Tem fraquejado? Ou, tem persistido?
Pense um pouquinho.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Pai e Filha
Pai vem aqui. Sente-se ao meu lado
Com esse seu sorriso grande e largo
Me dê sua mão. Quero conversar.
Pai eu sei que o tempo está passando
Tempos imagináveis e até mesmo estranhos
Quando ousamos para trás olhar.
Pai, aquela caixa ali sobre a mesa
Com fotografias de quando eu era pequena
Me fizeram te contar
Que você foi aquele que me deu abrigo
Quem brigou, quem abraçou e esteve comigo
Me amando e cuidando sem muito se expressar
Pai, lembra de todas as nossas viagens?
Eu ficava falando em seu ouvido, perguntando sobre as minhas curiosidades
E você sempre esteve ali para me explicar.
Pai, quanta saudade do tempo em que esteve fora
Quanto medo de você ter ido embora
Sem ao menos me contar.
Pai, quantas alegrias por nós foram vividas
Quantas chegadas e quantas despedidas
E as fotografias sempre a nos acompanhar.
Pai, hoje sei que estou crescendo
Me cuidando, aos pouquinhos aprendendo
Como um passarinho a voar.
Pai, você que foi meu herói, meu bandido
E hoje se tornou muito mais que um amigo
Alguém em quem eu posso confiar.
Não importa por onde eu siga
Estarei sempre aqui, sou a sua menina
E em meus pensamentos você sempre vai estar.
Cada vez que me olho diante do espelho
Em pequenos traços do meu rosto eu te vejo
Na maneira de sorrir e do jeito de se expressar.
Pai, entre tantos acontecimentos
Situações da vida e momentos
É que eu aprendi a perdoar.
E hoje te tenho aqui do meu lado
Todo alegre, falante e engraçado
Um grande pai a me cuidar.
Pai, assim como nossas fotos na caixa estão guardadas
Aqui dentro de mim existe algo maior que me agrada
E não tem como não falar.
Olhe bem dentro dos meus olhos
Preste atenção no tenho a lhe dizer:
Pai, eu amo muito você!
ps.: Sei que não é dia dos pais, nem nada. Mas dedico esse poema ao meu pai, após ter recebido dele, uma mensagem muito linda sem que eu esperasse.
Às vezes, entregamos um presente, dizemos algo a uma pessoa, apenas num dia específico. Ou melhor, sempre nos dias específicos. Em que o mundo inteiro também está fazendo o mesmo. Dia dos pais. Dia das mães. Dia dos namorados. Das crianças e por aí vai. Contudo, quer coisa mais gostosa e valiosa do que receber nem que seja uma palavra, num dia sem importância? Num dia comum em que as pessoas estão extremamente ocupadas com seus afazeres, que nunca iriam esperar receber um agrado, um carinho espontâneamente. Pois é. É extremamente gratificante para quem recebe e quem o faz também.
Todos os dias, são dias especiais quando você o assim faz ser.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Campos de lírios
Vento soprando me deu arrepio
Sol clareando as águas do rio
Casais se abraçando
Pelos campos de lírios
Quantas verdades estão escondidas
Laços seguros sem despedidas
Me deixam confiante
Me deixam aflita
Um dia sem rumo andando sozinha
Num caminho seguro
Sem lembranças antigas
Os campos de lírios a tarde me abriga
Um tom alaranjado pinta toda a cena
Ninguém ao meu lado, qual a sentença?
E os flashs piscando aquele sorriso
Me pego pensando nos campos de lírios
Lágrimas puras, muito carinho
Coração relutante procurando motivo
A paz vem devagar e pousa sobre o destino
Passeando em câmera lenta pelos campos de lírios
ps.: Embalada pelo ritmo da música Lírios - DeNavez, escrevi meus próprios versos.
Sol clareando as águas do rio
Casais se abraçando
Pelos campos de lírios
Quantas verdades estão escondidas
Laços seguros sem despedidas
Me deixam confiante
Me deixam aflita
Um dia sem rumo andando sozinha
Num caminho seguro
Sem lembranças antigas
Os campos de lírios a tarde me abriga
Um tom alaranjado pinta toda a cena
Ninguém ao meu lado, qual a sentença?
E os flashs piscando aquele sorriso
Me pego pensando nos campos de lírios
Lágrimas puras, muito carinho
Coração relutante procurando motivo
A paz vem devagar e pousa sobre o destino
Passeando em câmera lenta pelos campos de lírios
ps.: Embalada pelo ritmo da música Lírios - DeNavez, escrevi meus próprios versos.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Além do que se é
Às vezes paro pra pensar e me pego presa na pergunta: Porque é tão difícil sermos transparentes?
Ser transparente não é só você simplesmente dizer uma verdade, ser sincera em algumas horas, rir quando tem vontade.
Ser transparente é você desnudar a sua alma. Se derramar por inteiro. Não viver de máscaras. Chorar quando se sente triste. Falar quando sente medo. Declarar o sentimento que dentro de si existe.
Mas quem é que gosta de se expor dessa maneira?
Vivemos num mundo em que, se agirmos dessa forma, seremos taxados de fracos, de sensíveis demais, carentes, entre tantos outros rótulos ridículos que funcionam como um “sufocamento da alma”, não nos deixando ser quem somos. Sermos livres.
Preferimos uma lágrima contida. Aquele nó na garganta. O silêncio da dúvida, que nos corroem e nos destrói como ferrugem.
Preferimos a forma grosseira de tratar uma pessoa. De dizer palavras curtas. De não olhar nos olhos.
Preferimos a dureza da alma a revelar toda a nossa fragilidade humana.
Preferimos não responder algumas perguntas e desviarmos o assunto.
Não queremos em hipótese alguma expor nossos sentimentos.
E tudo isso, não porque sejamos pessoas mentirosas, ou pessoas de coração “frio”. Mas por puro medo de ser uma pessoa transparente.
Medo de se envergonhar de si mesmo. Medo de se mostrar frágil.
Contudo, o risco de nos tornarmos um ser humano dessa índole, é não abrirmos mais espaços para sentimentos puros. Não darmos vazão ao que realmente sentimos. E nos perdermos dentro de nós mesmos em todos esses medos que nos bloqueiam. E dessa forma, levarmos uma vida “cinzenta”. E, com o passar do tempo, vamos percebendo que já não saberemos mais saber ouvir uma pessoa. Não saberemos mais oferecer compreensão, doçura, compaixão. E o individualismo nos pregará seu astuto plano de nos mantermos sombrios. Nos pegando em falsas palavras, falsos sentimentos, falsas atitudes, e tudo sem querer. Pelo simples medo...
... de sermos que a gente é.
... de que todos nós sofremos muito e choramos no travesseiro bem baixinho antes de dormir.
... que todos temos dúvidas e receios os quais tememos nos sucumbir.
... que todos nós, nos sentimos sozinhos e temos saudades do nosso próprio “eu”.
... que todos temos medo de amar. De sofrer. De se declarar.
... que somos sim todos carentes.
... que várias vezes nos pegamos em pensamentos que nos afligem, que gritam, que fazem-nos chorar escondido.
... de tudo aquilo que pulsa intensamente dentro de nós e não temos coragem de dizer, de mostrar a quem mais amamos.
É preciso que deixemos cair esse grosso muro com que nos “protegemos”, vivemos escondidos e deixarmos que toda nossa doçura, alegria, aflore de dentro de nós.
Que todos possam não conter suas gargalhadas. Seus pensamentos. Não esconder todo o medo. Não desejar ser tão intacto, seguro, invencível. Que não precisemos de tantas respostas prontas, de tantas competições, controlar tudo... Mas sim que aprendamos a nos dedicar mais a vida. De forma leve. De forma divertida. Sem medo de nos machucar. Sem medo de mostrarmos a nossa alma e assim sermos além do que se é. Transparente.
Ser transparente não é só você simplesmente dizer uma verdade, ser sincera em algumas horas, rir quando tem vontade.
Ser transparente é você desnudar a sua alma. Se derramar por inteiro. Não viver de máscaras. Chorar quando se sente triste. Falar quando sente medo. Declarar o sentimento que dentro de si existe.
Mas quem é que gosta de se expor dessa maneira?
Vivemos num mundo em que, se agirmos dessa forma, seremos taxados de fracos, de sensíveis demais, carentes, entre tantos outros rótulos ridículos que funcionam como um “sufocamento da alma”, não nos deixando ser quem somos. Sermos livres.
Preferimos uma lágrima contida. Aquele nó na garganta. O silêncio da dúvida, que nos corroem e nos destrói como ferrugem.
Preferimos a forma grosseira de tratar uma pessoa. De dizer palavras curtas. De não olhar nos olhos.
Preferimos a dureza da alma a revelar toda a nossa fragilidade humana.
Preferimos não responder algumas perguntas e desviarmos o assunto.
Não queremos em hipótese alguma expor nossos sentimentos.
E tudo isso, não porque sejamos pessoas mentirosas, ou pessoas de coração “frio”. Mas por puro medo de ser uma pessoa transparente.
Medo de se envergonhar de si mesmo. Medo de se mostrar frágil.
Contudo, o risco de nos tornarmos um ser humano dessa índole, é não abrirmos mais espaços para sentimentos puros. Não darmos vazão ao que realmente sentimos. E nos perdermos dentro de nós mesmos em todos esses medos que nos bloqueiam. E dessa forma, levarmos uma vida “cinzenta”. E, com o passar do tempo, vamos percebendo que já não saberemos mais saber ouvir uma pessoa. Não saberemos mais oferecer compreensão, doçura, compaixão. E o individualismo nos pregará seu astuto plano de nos mantermos sombrios. Nos pegando em falsas palavras, falsos sentimentos, falsas atitudes, e tudo sem querer. Pelo simples medo...
... de sermos que a gente é.
... de que todos nós sofremos muito e choramos no travesseiro bem baixinho antes de dormir.
... que todos temos dúvidas e receios os quais tememos nos sucumbir.
... que todos nós, nos sentimos sozinhos e temos saudades do nosso próprio “eu”.
... que todos temos medo de amar. De sofrer. De se declarar.
... que somos sim todos carentes.
... que várias vezes nos pegamos em pensamentos que nos afligem, que gritam, que fazem-nos chorar escondido.
... de tudo aquilo que pulsa intensamente dentro de nós e não temos coragem de dizer, de mostrar a quem mais amamos.
É preciso que deixemos cair esse grosso muro com que nos “protegemos”, vivemos escondidos e deixarmos que toda nossa doçura, alegria, aflore de dentro de nós.
Que todos possam não conter suas gargalhadas. Seus pensamentos. Não esconder todo o medo. Não desejar ser tão intacto, seguro, invencível. Que não precisemos de tantas respostas prontas, de tantas competições, controlar tudo... Mas sim que aprendamos a nos dedicar mais a vida. De forma leve. De forma divertida. Sem medo de nos machucar. Sem medo de mostrarmos a nossa alma e assim sermos além do que se é. Transparente.
terça-feira, 19 de maio de 2009
Vida
A vida em palavras simples
Não tão simples quanto queria
Difícil encontrar uma maneira
De simplesmente descrever a vida
A forma de cada um ser
A forma de cada um olhar
A forma de cada um querer
A forma que cada um sabe amar
Num contentamento descontente
Soletrando palavras incoerentes
Frente ao descontrole irreverente
Que nos dificultam simplesmente
Sob o céu, sobre a terra
Frente ao mar, temida fera
Em banhos de chuva, banhos de sol
Observamos a vida como um farol
Na maneira de querer
Na maneira de se dar
Libertando no amanhecer
A intensa vontade de mudar
Simples, simples palavras
Não intensificam o que é a vida
Não tem como descrevê-la
Não tem como discuti-la
Tão simples como um amor
Tão intensa como o sentimento
Tão apreensiva como uma dor
Tão humilde como um arrependimento
Conhecer a simples vida
Não é uma arte e sim um dom
Entender o que ela significa
Só é possível entendendo o coração.
Não tão simples quanto queria
Difícil encontrar uma maneira
De simplesmente descrever a vida
A forma de cada um ser
A forma de cada um olhar
A forma de cada um querer
A forma que cada um sabe amar
Num contentamento descontente
Soletrando palavras incoerentes
Frente ao descontrole irreverente
Que nos dificultam simplesmente
Sob o céu, sobre a terra
Frente ao mar, temida fera
Em banhos de chuva, banhos de sol
Observamos a vida como um farol
Na maneira de querer
Na maneira de se dar
Libertando no amanhecer
A intensa vontade de mudar
Simples, simples palavras
Não intensificam o que é a vida
Não tem como descrevê-la
Não tem como discuti-la
Tão simples como um amor
Tão intensa como o sentimento
Tão apreensiva como uma dor
Tão humilde como um arrependimento
Conhecer a simples vida
Não é uma arte e sim um dom
Entender o que ela significa
Só é possível entendendo o coração.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Como borboletas
Como um soprar do vento que passa rapidamente
O relâmpago veloz que sai do oriente e se mostra no ocidente
Assim levamos nossa vida. Vida essa que acaba passando tão bruscamente.
São tantas as pessoas que queremos ter em vista;
Tantas músicas a serem ouvidas;
Amores a serem vividos;
Diversões a serem curtidas;
Ousamos voar bem alto a fim de ganharmos uma visão panorâmica.
Investimos em vulgaridades adoidado e pouco nos importamos com a vida.
Queremos realizar tudo tão depressa. Muitas vezes deixando coisas pequenas e tão valiosas de lado.
Não prestamos atenção no que realmente vale a pena. E, perdemos uma preciosidade por um mero descuidado.
Queremos ultrapassar limites e romper qualquer barreira.
Se atirar sem medo e cair de cabeça.
Não importando com ética, com cuidado.
Vamos traçando tudo, aproveitando sem nos sentirmos encurralados.
E então perdemos do nosso ponto de vista o foco;
De que a vida é um presente raro.
Quando não bem cuidada, acaba nos saindo cara.
Colocamos em risco nossos sonhos;
Optamos por destrui-los e torná-los insignificantes diante da explosão de hormônios que nos ficam a flor da pele;
Avançamos bruscamente sem qualquer consciência os sinais vermelhos;
E então nos pegamos parados e estáticos dentro de uma bagunça.
Sob uma situação que já não pode mais ser controlada.
E nos atiramos ao chão, quando a tristeza e o desespero são as únicas que rodeiam o nosso lado;
Por mera pretenção de queremos mais do que nos é permitido.
Por querer viver mais do que nos foi concebido;
É que acabamos jogando tudo para o alto e entramos num desatino.
A vida passa tão rapidamente;
Como um trem que segue vagando sobre seus trilhos, em que nunca sabemos quem poderá embarcar e desembarcar na próxima estação. E as vezes é essa a desculpa que usamos para nossas diversões.
Reflexão após ter assistido – Cazuza. A grande novidade daquela época. O grande fenômeno que vinha para desnudar todas as misérias e mazelas nacionais. Sempre respondendo-as sem meias palavras. Aliando-se a todo seu dom, toda sua arte em cantar palavras espontâneas, num estilo marcamente pessoal. Até ser chamado de; O poeta de sua geração.
Grande foi a brilhante estrela chamada Cazuza. Que impressionou a todos com sua coragem em lutar pela vida, exposta em público, pelo diagnóstico da Aids.
Belas músicas. Belas letras. Belos shows. Belos amigos. Bela vida.
Contudo, foi tão rápida. Tão passageira. Veio como um verdadeiro furacão e se foi. Nos deixou heranças maravilhosas e pra mim uma grande reflexão sobre a vida.
A de que temos tudo em nossas mãos. Lutamos por algo. Conseguimos nossos sonhos e então podemos fazer dele o que quisermos. Como um pai que dá o primeiro carro ao filho. Este poderá sair e se divertir sem maiores consequências. Ou, pisar fundo e se excitar em alta velocidade até chegar mais rápido num lugar que não gostaríamos.
Cabe a cada um saber dirigir “seu carro”. Correr de forma desgovernada e sem freios. Ou, andar com um pouco mais de cuidado.
Recordo-me dos amigos que, por optarem pelo êxtase profundo de uma vida, que pra eles era de felicidade, hoje só nos deixam saudades.
Viva! Mas viva como um ser humano que se importa. E não como meras borboletas a viver apenas 24 horas.
O relâmpago veloz que sai do oriente e se mostra no ocidente
Assim levamos nossa vida. Vida essa que acaba passando tão bruscamente.
São tantas as pessoas que queremos ter em vista;
Tantas músicas a serem ouvidas;
Amores a serem vividos;
Diversões a serem curtidas;
Ousamos voar bem alto a fim de ganharmos uma visão panorâmica.
Investimos em vulgaridades adoidado e pouco nos importamos com a vida.
Queremos realizar tudo tão depressa. Muitas vezes deixando coisas pequenas e tão valiosas de lado.
Não prestamos atenção no que realmente vale a pena. E, perdemos uma preciosidade por um mero descuidado.
Queremos ultrapassar limites e romper qualquer barreira.
Se atirar sem medo e cair de cabeça.
Não importando com ética, com cuidado.
Vamos traçando tudo, aproveitando sem nos sentirmos encurralados.
E então perdemos do nosso ponto de vista o foco;
De que a vida é um presente raro.
Quando não bem cuidada, acaba nos saindo cara.
Colocamos em risco nossos sonhos;
Optamos por destrui-los e torná-los insignificantes diante da explosão de hormônios que nos ficam a flor da pele;
Avançamos bruscamente sem qualquer consciência os sinais vermelhos;
E então nos pegamos parados e estáticos dentro de uma bagunça.
Sob uma situação que já não pode mais ser controlada.
E nos atiramos ao chão, quando a tristeza e o desespero são as únicas que rodeiam o nosso lado;
Por mera pretenção de queremos mais do que nos é permitido.
Por querer viver mais do que nos foi concebido;
É que acabamos jogando tudo para o alto e entramos num desatino.
A vida passa tão rapidamente;
Como um trem que segue vagando sobre seus trilhos, em que nunca sabemos quem poderá embarcar e desembarcar na próxima estação. E as vezes é essa a desculpa que usamos para nossas diversões.
Reflexão após ter assistido – Cazuza. A grande novidade daquela época. O grande fenômeno que vinha para desnudar todas as misérias e mazelas nacionais. Sempre respondendo-as sem meias palavras. Aliando-se a todo seu dom, toda sua arte em cantar palavras espontâneas, num estilo marcamente pessoal. Até ser chamado de; O poeta de sua geração.
Grande foi a brilhante estrela chamada Cazuza. Que impressionou a todos com sua coragem em lutar pela vida, exposta em público, pelo diagnóstico da Aids.
Belas músicas. Belas letras. Belos shows. Belos amigos. Bela vida.
Contudo, foi tão rápida. Tão passageira. Veio como um verdadeiro furacão e se foi. Nos deixou heranças maravilhosas e pra mim uma grande reflexão sobre a vida.
A de que temos tudo em nossas mãos. Lutamos por algo. Conseguimos nossos sonhos e então podemos fazer dele o que quisermos. Como um pai que dá o primeiro carro ao filho. Este poderá sair e se divertir sem maiores consequências. Ou, pisar fundo e se excitar em alta velocidade até chegar mais rápido num lugar que não gostaríamos.
Cabe a cada um saber dirigir “seu carro”. Correr de forma desgovernada e sem freios. Ou, andar com um pouco mais de cuidado.
Recordo-me dos amigos que, por optarem pelo êxtase profundo de uma vida, que pra eles era de felicidade, hoje só nos deixam saudades.
Viva! Mas viva como um ser humano que se importa. E não como meras borboletas a viver apenas 24 horas.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
O céu
O céu tocou o chão
Lá no horizonte ele e o mar também deram as mãos
O céu hoje pode ser um clarão
Mas logo ele também se reveste inteiro de escuridão
O céu abriga a solidão
De olhares que buscam tanto um amor
O céu recebe o sol
E então o sol se vai e a lua traz consigo
Aos poetas toda a inspiração
O céu de repente cai
E logo acolhe palavras sinceras de gratidão
O céu nos faz viajar em sua imensidão
Que só perde para os sonhos dos nossos corações
O céu alguma vez já se rasgou
Para aqueles que o olhar em meio a tantas lágrimas se inundou
O céu também já se alegrou
E festejou com aqueles que a verdade sempre buscou
O céu com um arco-íris já se enfeitou
E para tantos a esperança despertou
O céu também já chorou
Ao perceber que na Terra, todo amor quase acabou
O céu a todos atrai
A curiosidade de contemplá-lo de dentro de um avião
O céu a muitos distrai
E se faz presente sem meio a qualquer ilusão
Como uma tela viva multicor se faz
E a todos impressiona com seu dom
O céu também já se enfureceu
Entre raios e tempestades se rendeu
O céu só se alcança com o olhar
A vontade de tocá-lo, de senti-lo
É totalmente impossível para as mãos
Com desenhos e formas
Suas nuvens nos distrai
E olhando e buscando
O céu nos dá toda imaginação
O céu já se fez canção
Já se fez dentre todos
A morada mais distante de todos que se vão
E tudo vem e se vai
E o céu permanece intacto
Enfeitanto grandiosamente toda a imensidão.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
E eu não consigo dormir...
Madrugada fria... Pijama quente... Cobertores... e eu a rolar de um lado para outro. Que coisa! Não consigo dormir. Tentei mais uma vez. Me lembrei de quando minha mãe falava quando eu era pequena: - Fecha os olhos bem forte e fique com eles fechados que logo você dorme. E então eu tentava, e não conseguindo corria para a cama dela dizendo que estava com medo da noite escura. Ela sempre tão carinhosa, me levava de volta para a cama e se deitava ao meu lado acariciando meus cabelos até que eu pegasse no sono. Isso quando não contava histórias.
É! Não tenho minha mãe comigo agora. Ela deve estar lá em casa. Dormindo, também tão sozinha em seu quarto. Que vontade de estar lá ao lado dela.
Tentei, juro que tentei pegar no sono. Mas não sei o que hoje me fez inquietar. Resolvi me levantar e ligar o computador. Passei alguns minutos lendo notícias (Li uma que me espantou e vou escrever sobre ela), mas logo desisti. Isso estava me deixando mais angustiada ainda. Mas que coisa é essa? O que acontece? Não consigo dormir por nada. Fui ler alguns textos bonitos então. Algumas poesias. Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector... Mas nada. Nada me tirava aquela inquietude. Então, resolvi escrever.
Mas hoje não quero rimar palavras. Não quero dizer coisas bonitas. Não sei nem o que escrever pra falar a verdade. Só tentar me esvaziar de algo que está aqui e que não me deixa descansar um pouco (tão cansada que estou e não consigo pregar os olhos).
Acho que de repente me bateu aquela saudade. É! Aquela saudade sabe, do tempo bom das coisas simples de quando a gente era pequeno. De quando eu corria descalço pela terra e me perdia no meio do mato com as jabuticabas enroladas na blusa e minha mãe a gritar de longe: Júúúú! Cadê você? Ahh, que saudades!
De acordar de manhã e chegar na cozinha e ter aquele café quentinho e pão com manteiga. Do horário de almoço e de eu e meu irmão nos arrumando pra ir à escola.
Das brigas que tínhamos pra jogar no video game. Um queria ser melhor que o outro e no fim acabavamos sempre juntos pra passar aquela “última fase” do poderoso chefão. Ahhh! Quantas horas perdíamos ali sentados na beira ca cama, gritando, xingando quando não conseguíamos. Então chamavamos meu pai e ele nos ajudava.
Deu saudade das tardes gostosas quando voltavamos das aulas e chegavamos na casa da vovó pra tomar aquele café caipira. Gostoso! Quentinho! E depois reunir todos os amigos no quintal e sair pela rua pra brincar de “Pega-pega, esconde-esconde, salada mista, gato mia, polícia e ladrão”... Sem contar as "artes" que deixavam os cabelos da minha avó “em pé”, hahaha... Coitada! Ela sofreu com a gente. Ahh, mas era bom! Belas lembranças. Depois de tanto brincar era hora da mãe e pai chegar do trabalho. Tomar um belo banho e conversar. Contar tudo o que fizemos. Fazermos as clássicas perguntas. Tarefa de escola. Aff! Eu nunca queria fazer as contas de matemática, só queria desenhar no caderno de Educação Artística. E minha mãe super entendida de matemática queria que eu aprendesse na marra.
Ah! Deu saudades das coisas simples. Do avô tomando sol na varanda. Da minha avó varrendo a casa assobiando. Do sol da tarde bem amarelinho... dos cachorros no quintal brincando.
Deu saudade das tantas vezes que meu irmão quando brigava comigo descontava nas minhas bonecas. Das vezes que brincavamos de “lutinha” e no final pedíamos desculpas um ao outro.
Deu saudade dos ríspidos NÂO's bem grandes que meu pai dava quando eu lhe pedia pra dormir na casa de uma “amiguinha”.
Das guerras de travesseiros e das risadas intermináveis minha e do meu irmão a noite, antes de dormir. A gente não dormia. Queria é contar piadas, ou aprontar com a “mãe”.
Nooossa! Me lembrei das quantas vezes que minha mãe dormia no sofá e eu e meu irmão enchíamos o cabelo dela de laços e fitas estremamente coloridas. E sem ela perceber se levantava e parecia uma palhacinha andando pela casa, enquanto eu e meu irmão riamos pelos cantos só a observando (Claro que ela fingia que não via pra deixar a gente feliz).
Ahh! Que saudade de estar com a minha família. De voltar aquele tempo tão gostoso. Das roupas que a gente usava até rasgar e não tirava por nada. Eram as melhores pra brincar.
Deu saudade porque hoje ao dormir me peguei sozinha. Nesse mundo tão louco, tão grande aqui fora. As pessoas que não nos conhece por inteiro. Não sabe dos valores que carregamos aqui dentro. Sâo tão difrentes. Tão egoístas. Me dá medo. Me peguei numa fusão de mundos diferentes. O da tamanha simplicidade e calma que eu vivia, com uma pressão e explosão de tanta gente. Que pensa maldade. Que só quer curtir um barato. Que não tem paciência. Que joga lixo no chão. Que não tem respeito com o próximo. Que xinga no trânsito. Que jorra corrupção.
E eu tão longe de casa. Tendo que ser gente grande. Me virar sozinha. Fazer compras. Comida. Ficar doente e ter que saber me cuidar. Vestir uma roupa e confiar no espelho. Andar pelas ruas a noite e não me apavorar. Ter que lutar se quiser crescer na vida.
Procurar conselhos no travesseiro. As vezes querer chegar em casa e ter aquela pessoa especial pra contar como foi seu dia e não ter. Ahh que saudades! Que vontade que me deu de voltar só um pouquinho naqueles tempos.
E então a gente se pega sozinha, “sem proteção”, não sabe se confia, não sabe o que as pessoas são capazes. Muitas vezes se pega desprevenida numa situação inusitada. Dá aquele medo de cair e não ter quem possa te segurar, como era antes com a primeira volta na bicicleta. O primeiro “namoradinho na escola”. Quando caiu e ralou os joelhos. Quando alguém fez algum mal e a mãe interveio.
A gente começa a dar valor as pequenas coisas quando a avistamos de longe. Quando não as temos tão perto. Quando muitas delas voltar já não podem.
Mesmo sendo adulta, tendo tanta base. Tendo minhas decisões. Minha última palavra. Aprendendo a voar sozinha, ora destemida, ora tão carente. Dá saudades do colo de quem você se acodia e chorava sem ter vergonha alguma de contar suas fraquezas, seus medos. Ah! Dá saudade! Deu mta saudade!
E eu não consigo dormir...
É! Não tenho minha mãe comigo agora. Ela deve estar lá em casa. Dormindo, também tão sozinha em seu quarto. Que vontade de estar lá ao lado dela.
Tentei, juro que tentei pegar no sono. Mas não sei o que hoje me fez inquietar. Resolvi me levantar e ligar o computador. Passei alguns minutos lendo notícias (Li uma que me espantou e vou escrever sobre ela), mas logo desisti. Isso estava me deixando mais angustiada ainda. Mas que coisa é essa? O que acontece? Não consigo dormir por nada. Fui ler alguns textos bonitos então. Algumas poesias. Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector... Mas nada. Nada me tirava aquela inquietude. Então, resolvi escrever.
Mas hoje não quero rimar palavras. Não quero dizer coisas bonitas. Não sei nem o que escrever pra falar a verdade. Só tentar me esvaziar de algo que está aqui e que não me deixa descansar um pouco (tão cansada que estou e não consigo pregar os olhos).
Acho que de repente me bateu aquela saudade. É! Aquela saudade sabe, do tempo bom das coisas simples de quando a gente era pequeno. De quando eu corria descalço pela terra e me perdia no meio do mato com as jabuticabas enroladas na blusa e minha mãe a gritar de longe: Júúúú! Cadê você? Ahh, que saudades!
De acordar de manhã e chegar na cozinha e ter aquele café quentinho e pão com manteiga. Do horário de almoço e de eu e meu irmão nos arrumando pra ir à escola.
Das brigas que tínhamos pra jogar no video game. Um queria ser melhor que o outro e no fim acabavamos sempre juntos pra passar aquela “última fase” do poderoso chefão. Ahhh! Quantas horas perdíamos ali sentados na beira ca cama, gritando, xingando quando não conseguíamos. Então chamavamos meu pai e ele nos ajudava.
Deu saudade das tardes gostosas quando voltavamos das aulas e chegavamos na casa da vovó pra tomar aquele café caipira. Gostoso! Quentinho! E depois reunir todos os amigos no quintal e sair pela rua pra brincar de “Pega-pega, esconde-esconde, salada mista, gato mia, polícia e ladrão”... Sem contar as "artes" que deixavam os cabelos da minha avó “em pé”, hahaha... Coitada! Ela sofreu com a gente. Ahh, mas era bom! Belas lembranças. Depois de tanto brincar era hora da mãe e pai chegar do trabalho. Tomar um belo banho e conversar. Contar tudo o que fizemos. Fazermos as clássicas perguntas. Tarefa de escola. Aff! Eu nunca queria fazer as contas de matemática, só queria desenhar no caderno de Educação Artística. E minha mãe super entendida de matemática queria que eu aprendesse na marra.
Ah! Deu saudades das coisas simples. Do avô tomando sol na varanda. Da minha avó varrendo a casa assobiando. Do sol da tarde bem amarelinho... dos cachorros no quintal brincando.
Deu saudade das tantas vezes que meu irmão quando brigava comigo descontava nas minhas bonecas. Das vezes que brincavamos de “lutinha” e no final pedíamos desculpas um ao outro.
Deu saudade dos ríspidos NÂO's bem grandes que meu pai dava quando eu lhe pedia pra dormir na casa de uma “amiguinha”.
Das guerras de travesseiros e das risadas intermináveis minha e do meu irmão a noite, antes de dormir. A gente não dormia. Queria é contar piadas, ou aprontar com a “mãe”.
Nooossa! Me lembrei das quantas vezes que minha mãe dormia no sofá e eu e meu irmão enchíamos o cabelo dela de laços e fitas estremamente coloridas. E sem ela perceber se levantava e parecia uma palhacinha andando pela casa, enquanto eu e meu irmão riamos pelos cantos só a observando (Claro que ela fingia que não via pra deixar a gente feliz).
Ahh! Que saudade de estar com a minha família. De voltar aquele tempo tão gostoso. Das roupas que a gente usava até rasgar e não tirava por nada. Eram as melhores pra brincar.
Deu saudade porque hoje ao dormir me peguei sozinha. Nesse mundo tão louco, tão grande aqui fora. As pessoas que não nos conhece por inteiro. Não sabe dos valores que carregamos aqui dentro. Sâo tão difrentes. Tão egoístas. Me dá medo. Me peguei numa fusão de mundos diferentes. O da tamanha simplicidade e calma que eu vivia, com uma pressão e explosão de tanta gente. Que pensa maldade. Que só quer curtir um barato. Que não tem paciência. Que joga lixo no chão. Que não tem respeito com o próximo. Que xinga no trânsito. Que jorra corrupção.
E eu tão longe de casa. Tendo que ser gente grande. Me virar sozinha. Fazer compras. Comida. Ficar doente e ter que saber me cuidar. Vestir uma roupa e confiar no espelho. Andar pelas ruas a noite e não me apavorar. Ter que lutar se quiser crescer na vida.
Procurar conselhos no travesseiro. As vezes querer chegar em casa e ter aquela pessoa especial pra contar como foi seu dia e não ter. Ahh que saudades! Que vontade que me deu de voltar só um pouquinho naqueles tempos.
E então a gente se pega sozinha, “sem proteção”, não sabe se confia, não sabe o que as pessoas são capazes. Muitas vezes se pega desprevenida numa situação inusitada. Dá aquele medo de cair e não ter quem possa te segurar, como era antes com a primeira volta na bicicleta. O primeiro “namoradinho na escola”. Quando caiu e ralou os joelhos. Quando alguém fez algum mal e a mãe interveio.
A gente começa a dar valor as pequenas coisas quando a avistamos de longe. Quando não as temos tão perto. Quando muitas delas voltar já não podem.
Mesmo sendo adulta, tendo tanta base. Tendo minhas decisões. Minha última palavra. Aprendendo a voar sozinha, ora destemida, ora tão carente. Dá saudades do colo de quem você se acodia e chorava sem ter vergonha alguma de contar suas fraquezas, seus medos. Ah! Dá saudade! Deu mta saudade!
E eu não consigo dormir...
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