terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Eterna criança.


Num dia azul de verão ela sente o vento
Há folhas em seu coração
É o tempo
Ela recorda do passado se olhando
No espelho
Ela descobre aos poucos
Os sentimentos
No fundo é uma eterna criança que não soube amadurecer
Ela ri, ela chora, ela sente que não poderá esquecer
Ela pede uma taça de vinho
Ela lê nas horas vagas um bom livro
E se cobre de água e espuma num banho sem ninguém
Ela prende seus cabelos longos
Intimida quem quer que seja que aparecer
Ela não quer se sentir presa
Ela só quer ser amada por alguém
Ela se troca se perfuma se embola
E segue sem rumo por uma estrada só pra ver
O que o dia lhe oferece sem os planos
A surpresa que vem dentro e a gente não vê
No fundo ela está sempre sozinha
Procurando o que ainda quer ter
Ser amante, quem sabe ser amiga
Ser companheira pra loucuras dessa vida
Poder sobreviver
E o tempo se vai com inveja tentando aprender
Como ela segue sua vida
Esperançosa aprendendo a viver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Ela ri, ela chora, ela sente
Que alguém que a some
Irá com toda certeza
Aparecer...

Juliana Sabbatini

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Cotidiano.

Às vezes o que me falta é um pouco de tempo. É como se a distração pudesse fugir. Minha respiração é sempre ofegante. E os meus pensamentos são mais rápidos que o pulsar do meu coração. Sempre a postos para não parar. Ainda mais com uma outra vida de pernas e braços caminhando por aí querendo ganhar o mundo. Meus olhos não se aquietam. Olham fixamente para detalhes, cores e traços que devem sempre seguir um padrão de beleza. Mas, uma beleza simples. Aquela! Da natureza... Minhas mãos não ficam mudas. Sempre querendo falar mais do que se pode. Converso com elas. Tenho agilidade com elas. Meu olhar é o silêncio. Fala apenas quando necessário. Quando se desliga do seu trabalho e aposta nos momentos sutis da liberdade. Meus dias são contados no relógio como 24hs, mas sempre que posso o transformo em 30. Nem que seja no silêncio da madruga. A vida sempre exige de mim, paciência. E sempre me diz “Não me controle”. O que ela quer de mim, é que eu seja sempre corajosa. E eu faço de conta que sou. E faço tão bem, que ela até acredita.

Juliana Sabbatini