Uma das coisas que mais me dá prazer nessa vida, além de poder fotografar, pintar, dançar, é poder escrever. Poder sempre passar às pessoas aquilo que sinto no mais íntimo do meu ser, através da tão indiscutível forma de fazer arte.
Talvez seja por isso que dou tanto valor e tenha me apegado à pinturas, teatros, letras de músicas e especialmente poesias, crônicas, contos...
Acredito que quando escrevemos aquilo que sentimos, estamos falando de certa forma, com o coração, com a nossa alma. Palavras, sentimentos e frases que não conseguiríamos de forma alguma expressar com nossos tão limitados lábios. Por isso, o título do meu blog: “O que os lábios não expressam, a escrita decifra”.
Levo a escrita a sério. Por isso, não se espante se um dia eu comentar como aquela poesia me emocionou. Como aquele texto é forte e me põe pra cima. Como são lindas essas palavras. Como mexe comigo esse trecho, e por aí vai. Logo penso no que o escritor quis passar. Penso e imagino toda a sua sensibilidade que veio lá de dentro e que certamente com sua voz não seria capaz de expressar. Choro, fico brava, fico feliz, fico tensa, fico impressionada sempre quando leio algo que sinto que é verdadeiro e que especialmente me toca.
Precisei dizer aqui o quão a escrita me faz bem e como eu a vejo, para que vocês possam entender o tremendo valor que dou quando recebo um presente como esse que recebi e que logo mais abaixo deixo para que vocês possam desfrutar também.
Pra mim, além de escrever, não há presente maior do que receber um belo texto. Uma linda poesia. Palavras de consolo. De amizade. De amor e carinho. E não justifico pelo número de estrofes, número de rimas e todas regras gramaticais. Isso sinceramente passa desapercebido sob meus olhos, porque como eu disse, imagino o que o escritor (a) quis passar, da sua alma, do seu coração. E foi assim que esse presente me fez debulhar em lágrimas, dias antes de fazer uma viagem.
Mais uma vez, quero falar e agora deixar registrado aqui, nesse meu cantinho, que particularmente, é o que mais me revela no mundo virtual – Mazita! (Mariana Marques) minha amiga/irmã, o quanto você é importante pra mim. Sete anos de amizade, de cumplicidade, carinho, respeito uma com a outra principalmente, confiança, risos, choros, desabafos, momentos bons e ruins... Tanto tanto tempo juntas compartilhando cada pedacinho das nossas vidas. Obrigada por ser quem você é pra mim. Obrigada por todo o seu carinho e companheirismo durante todos esses anos e por todos que, se Deus quiser, ainda hão de vir. Obrigada por estar aqui. Um beijo enorme! Amo você!
“Amiga” de Mariana Marques para Juliana Sabbatini
Amiga q me entende;
Que me atura;
Que me aconselha;
Amiga que eu aconselho;
Que eu entendo;
Que eu aturo com a maior alegria;
Amiga-irmã;
Que eu me preocupo;
Que eu cuido;
Que eu dou bronca;
Amiga q se preocupa comigo;
Que me cuida;
Que me dá bronca tb;
Amiga que eu admiro;
Que me inspiro;
Que me espelho;
Amiga que me observa;
Que aprende com meus erros;
E tb com os meus acertos;
Amiga que me ensina;
Que me mostra outros caminhos;
Outras possibilidades;
Outra visão de mundo;
Amiga que eu conto minhas vivências;
Meus tropeços e medos;
Minhas dúvidas e vitórias;
Meus planos e projetos;
Amiga que eu não consigo esconder nada;
Que eu não consigo ficar brava;
Que eu não consigo ficar mto tempo longe;
Amiga que me anima;
Que me incentiva;
Que me faz rir;
Que fala abobrinhas;
Amiga que não "está" somente agora;
Está comigo sempre;
Amiga que me dá atenção;
Que dá importância aos meus problemas como se fossem seus;
Que me dá a mão e não me deixa sozinha em um momento de fraqueza;
Amiga que com sono fala coisas sem nexo e ri à toa;
Que se inspira com chuvas e tempestades;
Que adora purê de batatas;
Amiga-ombro;
Ombro que me serve de apoio p chorar qnd a angústia se torna impossível de segurar;
Que não impede que minhas lágrimas caiam, mas impede que eu caia.
Amiga que me ouve;
Sempre os mesmos assuntos, os mesmos problemas ou os mesmos motivos de riso;
Mas sempre tem algo bom a me dizer a respeito de todos essas coisas;
Amiga tão igual;
Pensa como eu;
Vive como eu;
Tem os mesmos gostos e opiniões;
Mesmas dúvidas e receios;
Amiga tão diferente;
Pensamentos divergentes;
Modo de viver e agir diferentes;
Gostos e opiniões que não batem;
Dúvidas e receios próprios;
Amiga essencial;
Minha força;
Minha guia;
Meu diário;
Meu tesouro;
Amiga de alma;
Que eu entendo só de olhar;
Que eu sei como se sente pelo tom de voz;
Ou pelo modo de escrever um simples "oi";
E que me conhece da mesma maneira;
Amiga que me fala de Deus e não de religião;
Que me ensina a ter fé e a acreditar que Ele sabe o que é melhor p mim;
Amiga artista;
Que pinta,
Que escreve;
Que fotografa;
Que cria... e encanta!
Amiga companheira;
Me acompanha nos melhores programas;
E tb nos "programas de índio";
Amiga que eu tive a sorte de conhecer;
Ou que eu precisava conhecer para ser alguém melhor;
Amiga que eu tenho um carinho e respeito imenso;
Que eu quero que seja mto feliz sempre;
Que vai ter q me aguentar pro resto da vida!
Amiga que eu AMO... da forma mais sincera e verdadeira que possa existir.
Amiga que eu só tenho a agradecer;
Obrigada por existir e fazer parte da minha vida. Vc faz parte da minha história, do meu coração... e é p sempre!
domingo, 31 de outubro de 2010
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Lapso.
Ela olhou pro lado e pensou ter ouvido o trinco da porta se abrir, o barulho da chave ou coisa assim. Sentiu perfume. Ouviu o toque do celular. Barulho na cozinha. Lembranças sem fim.
Ela ainda se vestia como ele gostava. Á vontade. Vestido. Roupas leves. Simples. Ficava bem assim. Unhas claras e um olhar voluptuoso a chamar.
Pés no chão e banho tomado, andava de um lado pro outro como quem se incomoda com o silêncio. Ela sempre gostou de ficar a sós. A sós com ela mesma. Mas hoje não. Hoje era um dia especial. Era algo que ela queria tirar de dentro de si. Queria se livrar daquele silêncio que era como que um barulho insuportável de aguentar.
Ainda se lembrara do primeiro encontro. Do primeiro olhar. Das poucas palavras trocadas. Mãos geladas. Pernas trêmulas em saber o que ia ser.
Se lembrava de cada detalhe. Do sorriso tímido que ele tinha. Do olhar meio de lado. Da voz. Do perfume. Da noite em que estiveram juntos. De ter amado. De pensar ter encontrado um coração que batia como o seu.
Coração que ela trazia nas mãos, vermelho sangue, carne viva, que batia forte em cada beijo, em cada encontro, em cada palavra dita, em cada pensamento.
Mas, ele não. Trazia algo diferente. Era meio obscuro demais pra identificar. Ele deixara sempre escondido. Sempre refugiado dentro do olhar. Coração difícil de sentir e de chegar.
Contudo, isso não fazia diferença alguma. Afinal, com ele era queria estar. Na memória de olhos fechados podia senti-lo devagar sobre as cobertas ir chegando. Carinhos, mimos e sorrisos. Devagarzinho iam se amando. Como um ritual de dois corpos que se respeitam, se conhecem um ao outro em que cada detalhe não era pouco.
E, a noite ia se passando. Ela com um copo de vinho na mão e os olhos pregados no chão.
O silêncio ainda não passara. E as lembranças iam e voltavam. Tudo quieto. Madrugada. Noite fria e gelada. Ela sozinha no apartamento, o telefone sempre olhava. Nada.
Como podia sentir tanto alguém assim? Apenas alguns meses de encontros subentendidos. Como pudera esperar por um coração que nunca tinha visto? Como se lembrar de coisas que nunca tinha vivido? Como ouvir palavras soarem como sinos em seus ouvidos? Como interpretar tanta confusão sem nenhum sentido?
E a noite ia passando. Quando ela se deparou com o sol pela janela despontando. Passarinhos cantando. Novo dia chegando.
Olhou novamente pra porta e se vestiu como todo sábado de manhã, ainda sem sono. Deixando o vestido pelo chão, taça de vinho e cama arrumada. Sozinha com chaves na mão e a câmera fotográfica, saiu de carro à trabalho pela estrada.
Sem lembranças,
sem vestígios,
sem telefonemas,
sem tristeza.
Sozinha ela continuava sua vida como sempre levara.
Juliana Sabbatini
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Em algum lugar.
Era uma tarde de sexta feira. O clima já não estava como o de outono como ela tanto gostava. Já não havia folhas secas pelo chão. E, nem o pôr do sol era alaranjado. O tempo passara. Verão, outono e inverno. Primavera. E por esses dias chovia como todo mês de setembro chove. Algumas flores podiam ser vistas por Jim através de sua janela. As flores que ele deixou e ela fez questão de fazer vingar pelo tempo que fosse possível. E foi, por anos.
Jim já não se preocupara com o futuro. Pelo menos não hoje. Não numa época tão bonita e ao mesmo tempo tão triste. Como lhe fazia falta. Como a ausência era-lhe tão sufocante a ponto de mantê-la frente a uma janela, pela qual observava a chuva cair sem trégua pela terra. E, junto sem perceber, caíam suas lágrimas também.
A cortina era de seda e renda branca, e voava pelo espaço curto da sala através do vento gelado que entrava sorrateiramente passando pelos cabelos e vestido de Jim. E ela ali, tentando se desviar do passado, não querendo e nem pretendendo pensar no futuro. Apenas querendo o hoje. O hoje como forma de se aquietar naquele dia. Sem pensamentos. Sem gente. Sem telefonemas. Sem compras. Sem correria. Sem carros. Sem estrada. Sem nada que a tirasse de sua casa. Nem no café que ficava na esquina, onde ela costumava ir quando se sentia sozinha, ela queria ir.Queria ficar só. Com o hoje. Com o presente. Só, apenas com seus pensamentos.
Mas algo a chamou como quem chama feito um imã. Uma fotografia sobre a mesa. Era dele. Era dos dois. Preto e Branco. Ali parados. Intactos pelo tempo que se passou. Algo que ficara marcado em um papel de tempos atrás. Eram jovens. Viviam a vida como quem vive um começo sem fim. Noites de amor. Nas mais grandes ventanias. Tão perto um do outro e ao mesmo tempo tão longe. Se amavam. Se amaram nas noites serenas de outono. De inverno...
Junto à fotografia, um livro já empoeirado pelo tempo. Era o livro de poesias que ela fizera para escrever de seus sentimentos mais íntimos e que ninguém o vira. E agora já não mais escrevera. Perdera a graça. Perdera o fôlego. As palavras. A poesia. Coisas que somente o coração pode entender e qualquer razão não explica. Coisa que somente a escrita pode decifrar, quando os lábios não expressam.
Cada letra, palavra, verso, eram feitos para retratar dias de felicidade e ao mesmo tempo de dor. Por que sofremos tanto por amor? E, ao mesmo tempo ele nos transborda com seu sabor?
Jim usara os papéis para alimentar cada vez mais suas idéias nos seus dias frios e solitários que ficaram martelando por anos a fio. E hoje, ela apenas queria o silêncio. Apenas queria ficar nua mentalmente. Apenas não pensar no ontem e no amanhã que poderia chegar. Queria se perder no perdido. Queria o escuro. O cinza. A malancolia e o descanso.
A chuva que agora dera uma calada e o dia que já morrera, a fez fechar os olhos sentada sobre uma poltrona no canto da sala e se lembrar do passado. Do que se foi e em algum lugar deve estar a lhe esperar. E, sem querer, pensando no futuro, com as mãos trêmulas, segurava a fotografia de 50 anos atrás, e a mente sobre o túmulo em que deixara sua última colheita de flores, a qual fazia regularmente, como modo de expressar todo seu amor e carinho por ele. Sempre através das flores, através de um ato, através de um olhar profundo, da alma...
As flores que agora murchas apenas segurava o orvalho que ficara sobre cada pétala, assim como a marca das lágrimas que rolaram tão timidamente, Jim ali adormeceu. Foi indo devagar, minuciosamente à algum lugar que o podia encontrar.
Juliana Sabbatini
Juliana Sabbatini
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Pergunta.
Às vezes me pergunto
Bem lá no fundo
De que me adiantou tanto amar?
E a resposta me vem num segundo
Como que um barulho
Dizendo que eu consegui
O melhor sentimento dentro de mim cultivar.
Juliana Sabbatini
Bem lá no fundo
De que me adiantou tanto amar?
E a resposta me vem num segundo
Como que um barulho
Dizendo que eu consegui
O melhor sentimento dentro de mim cultivar.
Juliana Sabbatini
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Coração.
Ah! Coração
Tão acelerado
Te senti pulsar
Aqui dentro
Do meu peito
Tão desajeitado
Tão angustiado
Todo tão sem jeito
Me diz o que é
Que te perturba dessa vez
Ah! Coração
Eu já expliquei
Já te falei tudo o que penso
Essa história de amor
De aventura, de paixão, te cobra um preço
Que só você com seu pulsar
É capaz de pagar
Juliana Sabbatini
Tão acelerado
Te senti pulsar
Aqui dentro
Do meu peito
Tão desajeitado
Tão angustiado
Todo tão sem jeito
Me diz o que é
Que te perturba dessa vez
Ah! Coração
Eu já expliquei
Já te falei tudo o que penso
Essa história de amor
De aventura, de paixão, te cobra um preço
Que só você com seu pulsar
É capaz de pagar
Juliana Sabbatini
domingo, 3 de outubro de 2010
Sinais.
E quando a noite chegar o que devo fazer?
Onde devo olhar?
Onde devo me esconder?
E se as lágrimas voltarem a rolar?
Quem virá me socorrer?
Quem irá enxugá-las?
Às vezes não encontramos respostas
Pra todas as nossas perguntas
E o coração se enche de um vazio tão grande
O que olhar no celular?
O que esperar do amanhã?
De quem esperar um sorriso?
De quem esperar um abraço?
Quem será que por aí me aguarda
Será que conheço?
Não sei viver recomeços
Eles me dão insegurança
Vivo levando a vida como uma criança
Sem pontos finais
Apenas seguindo sinais
Que ora aparecem pra me fazer sorrir
Ora somem e me deixam assim.
Juliana Sabbatini
Onde devo olhar?
Onde devo me esconder?
E se as lágrimas voltarem a rolar?
Quem virá me socorrer?
Quem irá enxugá-las?
Às vezes não encontramos respostas
Pra todas as nossas perguntas
E o coração se enche de um vazio tão grande
O que olhar no celular?
O que esperar do amanhã?
De quem esperar um sorriso?
De quem esperar um abraço?
Quem será que por aí me aguarda
Será que conheço?
Não sei viver recomeços
Eles me dão insegurança
Vivo levando a vida como uma criança
Sem pontos finais
Apenas seguindo sinais
Que ora aparecem pra me fazer sorrir
Ora somem e me deixam assim.
Juliana Sabbatini
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