quinta-feira, 23 de abril de 2009

Viajante



Partindo cedo ia ele entre as colinas
Com a cabeça centrada e o olhar tão distante
Procurando um lugar para repousar
Seguindo por entre trilhas e avenidas
Sem se quer um minuto parar.
O viajante com suas vontades
Percorria rios entre vales
Sem saber onde ficar
Sem se quer pensar em voltar
Por esses caminhos tão longos já seguidos
Por este chão tantas vezes reprimido
E a imensidão do céu a lhe guiar.
E segue sem destino
Com o olhar tão intrigante
Coração diminuído
Percorria o viajante.
Até que sem querer, chegara a um destino
Conhecera a pequena tão frágil, tão bonita
Recatada, simples, mas envolvente.
Cheia de mimos, passando um aconchego diferente.
Quem acolhera, quem o recebera
Com tanta alegria o viajante.
Tantos detalhes ali ele conheceu
Vagando por entre as avenidas
Descobrindo aquela menina, ele entendeu
As águas mais bonitas
A paz infinita que o surpreendeu.
Quão grande vontade era ficar por ali
Se inspirar, adormecer e acordar
Sem ter que pelo compromisso ter que partir.
O cheiro, o gosto, a sensação tão boa que ficara
Da pequena cidade com quem tanto sonhara.

(...)

Ah! Viajante que vaga sem destino
Que percorre tantos caminhos pra poder se afugentar
Ah! Viajante querido, você sabe onde
Existe o melhor lugar para poder ficar.

(...)

E a pequena cidade então se encheu de tristeza
Ao ver seu querido partir
Mais uma vez ele seguira seu caminho
Tentando mais lugares descobrir.
As luzes então se apagaram naquelas avenidas
O sino da igreja batia calado ao chegar daquela partida
A praça tão quieta observava de longe ele seguindo
O viajante que a descobriu se hospedou e depois partiu.
As montanhas, as águas, a paz, a tranqüilidade
Foram trocadas pela correria, o agito, divertimento da grande cidade
E o que valera tanto a pena?
Ter conhecido, ter gostado daquela pequena?

(...)

Ah! Viajante, não sejas assim tão inseguro.
Não voe tão alto. Pense no futuro.
Saiba o que realmente vale a pena nesta vida.

Ah! Viajante, tenha firmeza no que tú queres
Sinta bem no fundo seus prazeres
Mas que pulse no coração o que é diferente.

(...)

O sol já refletia seus raios entre as montanhas
As músicas que o embalavam eram tantas
O que passara naqueles pensamentos?
O que o tocara dentre tantos momentos?
Viajante que segue seu caminho
Que precisa de um carinho
Alguém para lhe acompanhar
Viajante que é tão homem e tão menino
Que precisa de um trilho
Para poder se guiar.
A pequena o olhando já distante
Com o coração apertado o deixou voar
Feito folha solta ao vento
E com um sentimento relutante
Mas sabendo que ele irá voltar.
Já conhecera tantos lugares
Já vivera tantos prazeres
Mas a pequena cidade era para se apaixonar.

(...)

Ah! Viajante.
Quantos céus tu já não vistes?
Quantos desertos já não te deixaram tristes?
Sem saber o que falar?

Ah! Viajante, meu querido.
Você conheceu um lugar tão lindo
Que você pode ficar tranqüilo
Sem ter que se machucar.

A pequena registrada em suas fotos
Está ali a lhe esperar.
Viajante. Siga seu caminho
Mas volta para nela ficar.

Porque existe algo mais forte
Que está acima de todas as coisas deste mundo
Não é um acaso, não é mera sorte
É uma história, algo valioso para um futuro.

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