quarta-feira, 12 de maio de 2010

Vida.






Se você soubesse o quanto você vale. Se soubesse o valor dos seus atos. Se entendesse a força das suas palavras. Se percebesse a importância das suas atitudes. Se acreditasse em todos os seus sonhos. Se chorasse sempre que tivesse vontade. Se risse como se ninguém olhasse. Se dançasse como se estivesse sozinho na sala de estar. Se bebesse quanto quisesse. Se beijasse sempre a pessoa desejada. Se amasse sempre a pessoa certa. Se dissesse Eu Te Amo sempre que sentisse vontade. Se dormisse sempre que sentisse sono. Se abraçasse apenas quem você ama. Se dormisse de conchinha sempre que estivesse carente. Se ligasse quando sentisse falta sem medo de pensar o que a outra pessoa iria achar. Se estudasse sempre que fosse necessário. Se pudesse superar todos os obstáculos sem se machucar. Se pudesse se livrar de todas as dores logo que elas começassem. Se pudesse matar a saudade sempre que ela bater dentro do peito. Se deixasse de sentir falta de quem partiu. Se vivesse sem pensar no amanhã. Se cantasse como se ninguém estivesse ouvindo. Se ficasse em silêncio toda vez que não tivesse certeza. Se não tivesse medo. Se fosse ousado num momento que poderia mudar sua história. Se pudesse estar sempre presente e por perto em todos os momentos... Se tudo fosse assim, seria fácil. Mas, não seria Vida.

Juliana Sabbatini

Meus em teus.







Ainda que eu falasse e escrevesse
Todas as palavras mais bonitas do mundo
Ainda que meus dedos aparelhados a uma caneta
Encobrisse uma folha de papel
E transformasse concretamente meus sentimentos
Se meus olhos não estiverem em vista
Nada disso se tornaria tão real
Se meus olhos não tiverem ali
Pregados e fitando rumo aos teus
Nada do que eu fale se tornaria tão mágico e tão verdadeiro
Ainda que você tentasse decifrar meus pensamentos
Sem a janela da minha alma
Isso seria apenas impossível
Se teus olhos não estiverem para se encontrarem com os meus
Se teus olhos não souberem
Como os meus mudam de cor em cada momento
Em cada dia, em cada situação, em cada emoção
Seria apenas imaginação vagando sobre a mente, compondo sonhos
Ainda que você pudesse brincar e vagar por tantas letras e palavras
Nada seria tão real quanto uma viagem direto a alma
Nada seria tão encantador quanto sentir frente a frente um mundo novo
Sem meus olhos frente aos teus
Nenhuma palavra por mais linda que fosse
Seria capaz de expressar tanta coisa

Juliana Sabbatini

terça-feira, 11 de maio de 2010

Momento








Tem momentos que a gente se cala e não sabe o que vai ser. A gente olha pra um lado, olha pra outro, pra cima e pra baixo. A correria da rotina vai nos tirando o fôlego. Como fosse algo que aos poucos fosse nos cegando. Nos esfriando e não permitindo que pensemos nas coisas mais que o coração insiste em querer resolver. Pensamos que talvez essas coisas não passam de meras perdas de tempo. De meras ilusões fantasiadas e tidas em um fundo estampado de cor de rosa. Então nos perdemos. Não nos vemos. Não nos sentimos. Andamos pelas ruas como todas as pessoas fazem. Vem e vai. Não conhecemos ninguém. Saímos com amigos. Conversamos. Falamos besteiras. Bebemos. Comemos. Chove. Faz sol. Amanhece. Trabalhos. Cursos. Relógio que gira 360° sem parar um minuto se quer. E o coração ali, quieto, que de tanto pedir. Que de tanto querer. Ficou cansado. Ficou imobilizado diante de tantas outras ocupações que um dia carregado trazia para uma mente. O silêncio fez-se então o barulho. O silêncio, a paciência, a tristeza daquele que fazia o mundo tornar-se lindo, único, pessoal... Incomodou. Incomodou de tal forma que a noite enfim chegou. Doía. Os pensamentos corriam soltos. Um aperto grande tomou conta daquele corpo cansado e corrido. O que fazer? A ansiedade era tamanha que se fosse possível saíria na noite fria, chuvosa, pra ver o que tanto enlouquecia. Seria capaz de esquecer os problemas de amanhã. Seria capaz de ser a menina, a mulher. Doce, amarga. Triste, alegre. Tímida, atirada. Séria, sorridente. Recatada, sensual. Tamanha era sua angustia que seus pensamentos se elevaram e penetraram-se em todos os momentos. Em todos acontecimentos que um dia a envolveram. Lágrimas já não caíra mais. Secara. E no mudo barulho da noite, abraçara bem forte o travesseiro e ficara agora com o medo do “nunca mais”.
Juliana Sabbatini

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A noite vem






A noite vem
Vem de mansinho
Com jeitinho
Vem surpreendente
Um dia fria
Um dia fresca
Um dia quente
Vem pra trazer
O melhor pra se amar
A noite vem
Num lugarzinho
Escondidinho e atraente
Os passarinhos se aninham tranquilamente
Como quem já sabe
O que a noite tem pra dar.

Juliana Sabbatini

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Quem dera.






Quem dera o vento soprar outra vez
Quem dera na areia da praia ver o caminhar sem dizer
Qualquer palavra que soe estranha
Sem pensar qualquer pensamento que leve pro amanhã
Quem dera o vento soprar forte pela janela
Quem dera a cortina de seda voar
E devagar tocar o corpo dela
Quem dera
Quem dera o pôr-do-sol daquele dia se repetir
Quem dera toda aquela paz voltar a ser
O momento em que a alma transcende o corpo
Quem dera os cabelos no infinito ficarem soltos
Na imensidão do paraíso
Construído e não menos pensado
Mas sonhado por quem espera
Quem dera

Juliana Sabbatini